Finjo-me poeta, inventor de ilusões,
mágico de utopias
"fazedor" de alegrias
e deixo-me levar por vales verdes
da minha imaginação
em tropel, como cavalo alado!
Circundeio sonhos,
danço de mãos dadas com fantasias,
navego anseios,
flutuo sobre os sorrisos da vida
e voo feliz sobre trigais de paixões!
Abraço os raios translúcidos do sol,
que me invade a alma com seu ardor,
respiro maresias,
cavalgo ondas irrequietas de saudades,
escuto murmúrios
que se espraiam em espuma,
sussurra-me o luar,
doce melodia, de harpa estelar!
Sinto tudo o que penso, sem desalentos
em louca orgia de sentimentos
num turbilhão de emoções
porque me finjo poeta de ilusões.
José Carlos Moutinho