Depois que me viciastes, te peço por caridade,
Não cometa a atrocidade, de me privar o acesso,
As tuas intimidades sou um dependente confesso-te.
Como hospedeiro de outros seres,
Vivo em conflitos constantes, muitos sentires ofuscantes,
Confundem o meu carro chefe, que tem desejos promíscuos,
Mas meu dever submisso constrói-me um sujeito discreto.
O mar seria menos salgado se o doce da chegada,
Não fosse antecedido pela salinidade do caminho percorrido.
Os adornos me atraem olhares,
Porem nada me acrescentam em consciência.
Não cabe a este mero transeunte imitar à Cristo,
Mas sinto-me na obrigação de segui-lo
Para crescer em espírito, eu preciso me acostumar com a solidão,
Pois a depuração do meu ser, é um ato solitário.
Em meio aos afagos oportunos da suave brisa,
E dos desalentos impostos pelas inadvertidas tempestades,
Vou tocando esta minha missão materializada da qual
Pouco compreendo e muito me questiono,
Diferente de tantos que ainda conseguem se iludir,
Com os encantos tantos deste universo,
Eu vejo tudo insípido sem valores suficientes para justificar
Tamanha demanda que a vida nos impõe.
Enviado por Miguel Jacó em 18/09/2014
Código do texto: T4966345
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Miguel Jacó