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A Lágrima, ou a vida em partes - Artigo 3 - Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia
A LÁGRIMA, OU A VIDA EM PARTES
Escrever sobre o sorrir, ou o chorar, é falar de lágrimas, pois é este o sinal que temos quando a alegria, ou a tristeza é muita.
As gotas de água salgada, que brotam dos olhos, guardam a vida em si, e lembrando o oceano, feito também de água salgada, que guarda grande parte da vida do planeta, as lágrimas demonstram a profusão de sentimentos, a vida interior.
Qualquer ser humano é capaz de chorar, mas em um misto de estupidez e cretinice, foi-nos ensinado que o fazer é feio.
Demonstrar os nossos sentimentos é, para alguns, indesejável, tudo em uma ânsia terrível da luta pelo poder, de se demonstrar forte, e como isto nos leva a sofrer...
O orgulho, a incompreensão, advém deste pequenino gesto de contenção para não sofrer, e levam ao ser humano a um sofrimento ainda maior.
As páginas escritas são com sangue, suor e lágrimas, por isso são lidas com atenção, ou com repúdio, dependendo do estado de humor, e dos valores de quem está a ler.
Acontece que o escritor pouco sabe, ou pouco se importa do que vai acontecer, com o texto que está a escrever.
Aí ele se torna em formador de opiniões, em um mentor de idéias, enfim no revolucionário da pena e do papel, que fazem mais barulho que o fuzil e a morte.
O escritor é o revolucionário da vida, ele dá vida a pensamentos e sentimentos, transmitindo sua vida interior a quem o lê.
Por isso comecei com lágrimas e termino descrevendo a mim mais um pouco, pois o melhor personagem de um escritor: é ele mesmo!
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