Os dias são-me rugas na cara
São vozes que não se calam
Por horas na cabeça
É o tempo que trespassa o corpo
Sem pedir licença
Os dias são castelos de cartas
Derrubados pelo vento
São imagens que se levantam
E dão forma ao pensamento.
Pudesse eu passa-los
Aos dias que me restam
A escrever poemas de amor
Com letras que encontro espalhadas
Nas curvas do teu corpo
Pudesse eu percorrer
Esse sinuoso caminho
E não me importaria
Ter que sentir a dor
De morrer, no fim, sozinho.
Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.