Escriba
Escrever é uma coisa engracada
Que me preenche naquelas horas vazias
Quando nao consigo pensar em nada
Ou quando sinto que as idéias dobram uma esquina
E se perdem na multidao que vejo na calcada
Eu decido sair atraz delas
E logo escuto um barulho de chuva
Nao me importo em molhar minhas idéias
Por isso as sigo pelas ruas
Olho as vitrines e a pressa de quem passa
Um carteiro que entrega suas missivas
Atravesso entre as pocas d´água
Muitos carros também cruzam as avenidas
E de cabeca molhada e vazia eu volto pra casa
A essa altura a chuva que caia
Já dá lugar ao sol
Agora eu tomo um café na sacada
E contemplo o fim de mais um dia
De repente, assim do nada
Elas chegam a miúde
E diante de mim esperam uma atitude
Abro a gaveta e procuro palavras
E do mesmo jeito desordenado das idéias
Soltas e leves, lá estao elas
Inspirada, abro uma garrafa de vinho
O papel e a caneta já me esperam
Bebo um primeiro gole, solto a mente
E crio
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