Após ruminar Bertold Brecht:
Vivo também num mundo sem sol
Recebo também uma triste notícia
Vejo nuvens enegrecidas ao redor
Sinto uma nostalgia me pungir
Morro todos os dias e isso dói...
Moro num morro muito bonito!
Chamo meninas pelos nomes
Cato raios de sol ao amanhecer
Mexo nos livros presos nos vidros
Respiro o ar puro e me satisfaço
Pulo de alegria sempre que posso
Enfumaço o ar com mágica azul!
Marcho em direção a Marte
Penso num mundo muito maior!
Luto todos os dias por um momento feliz
Danço para a lua e para o sol
Espero um bom momento com paciência
Regurgito boas novas aos quatro sóis
Reflito, quieto, remoendo velhos pensamentos
Componho versos violentos
Caço camisas violetas
Violo pensamentos alheios
No infinito dos meus sonhos
Vegetais pululam e sorriem
Pedras se movem rapidamente
Vermes se transmutam em orquídeas
Pela janela adornada passam filmes
(Antigos) com velhos amigos (invisíveis)
Pele exposta na rua de paralelepípedos
Desejos dormentes despertam à noite
No ventre do dia uma lágrima rola
No ocaso surge um fenômeno novo
Aves migratórias passam pelas nuvens
Acinzentadas, carregando consigo vírus
Letal, causando um “Gripe Aviária"
Sons percorrem distâncias ínfimas.
Sonho...
Vivo... Num mundo sem sol?
Gyl Ferrys