Como a noite parece mais sombria quando só nós nela caminhamos
Arrastando o mundo tombado de nossas costas por parvoíces lamechas
Como a lua crava punhais de brancura no negro que carregamos
Por termos a pureza maculado, termos aberto dores nas brechas
E tudo por somente nada
Por um punhado de sins que são nãos na alma pesada
No ridículo, somos crianças de birras quase montanhas
Esquecemos, secamos a flor que nos era mais estimada
Leva na partida, partes de nós que não eram tacanhas
Como o sono se escapa por entre as horas sem madrugada
Adormecendo o matinal cantador, numa tristeza gelada
Como o tempo podia parar e recuar ao início das pedradas
Para que a pedra, da palavra fatal, não fosse por mim lançada
E tudo é agora somente nada
Que a terra não engula
O meu mundo destronado
Numa fátua fogueira de rua
Onde arde o arrependimento
Junto à pedra do meu passado
O arrependimento arde bem pois é fardo pesado.