Poemas : 

NESSA IDA APRESSADA

 
Nem sei qual é a cor do meu fantasma
Nunca vejo quando ele pinta minha cor
Nas esquinas dos contrários mórbidos
Quando ventos e fantasias me alegram

Respiro os sonhos das covas coletivas
Rezo nos altares sem dores e sem santos
Me aqueço nas lenhas dos vales sagrados
Onde os anjos me atentam e me protegem

Mordendo meus sentimentos sem dentes
Durmo na claridade que atravessa a sala
Numa maneira clara de me fazer em você

E por inteiro me divido ao meio nesse ato
Mais parecendo um cão sentindo frio e dor
A vida é rara, a ida tem pressa dentro de mim




José Veríssimo

 
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veríssimo
 
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