Fito até onde as vistas alcança
E me perco nas raias sanguíneas
Uma nuvem parece que dança
Diante de tênues linhas retilíneas.
O poente ardente em raias sanguíneas
Entrecortado pelas aves de arribação
E o astro-rei aceso pelas mãos ígneas
As mesmas que acendem uma constelação.
E no azul jaspe ou esmeralda do mar
Vejo baloiçando uma frágil embarcação
Vai levada pelo vento fraco da viração
E meus olhos vão com ela, a marejar.
Sentando, braços apertando os joelhos,
Vou assistindo aquele espetáculo diário
Que meus olhos pequenos ficam vermelhos
Por não saber quem é Camelo ou Dromedário.
Gyl Ferrys