De que se alimenta uma mente doente, quando a angústia trespassa um coração demente?
De que se alimentam os homens atingidos pela solidão de um mundo povoado, cheio de multidões vazias … no fundo sem ninguém? Alimentam-se de sonhos? De vontades?
As vontades esvaíram-se numa colina, fustigada pela erosão dos valores, que voam descontroladas sem rumo nem horizonte.
São detidas num receptáculo vedado ao destino, castrando-o, martirizando as suas intenções de viver!
Já nem os sonhos acalentados sabem se são possíveis de concretizar, tão presos que estão à guilhotina de uma vida perdida.
Vive-se sem sentir o real sentido, são um espectros de outrora. Eram seres sequiosos de vida, de conquista, de ânsia … esperando que a luz irrompesse pela vontade humana, hoje transformada em hipocrisia.
Tentam arrancar do fundo das gargantas o grito da liberdade, libertando-se das amarras do comodismo, lutando contra a sua própria preguiça em se levantarem e serem felizes!
Questionam-se o que é afinal um sonho. Não se define, pensam, cada sonho é composto por: vontades, sentimentos, desejos … ilusões, uns realizáveis outros não, dependendo muito da determinação de cada um em levar tal empreitava a bom porto.
A realização dos sonhos depende em muito do medo de arriscar (mas sem risco a vida não é vivida é apenas um respirar), ponderando a sua própria loucura em provar o doce realizar do amor, ou o azedume das desilusões!
A melancolia, a tristeza, os estados de espíritos cavernosos, insensíveis influenciam as vontades como as influenciam o amor, o desejo a paixão … o arrebatamento!
Presas numa jaula suspensa, rodeada por trevas enraizadas num mundo obscuro, esperando a decisão do júri, jazem as almas suspensas, aguardando os ditames da sua própria alma decisória que comanda o coração!
Quando tal ocorrer serão as almas livres para sofrer ou amar?
João Salvador
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