Poemas : 

Vício

 
Fumo.
Caio na cama e rebolo.

Fumo.
Caio na cama e durmo.

Não me consolo.

Não me conformo com palavras mascaradas,
Nem com o som do teu sorriso.
Não me consolo com bebidas açucaradas
Ou com a ideia do que preciso.

Não escrevo com juízo.
Não escrevo com consciência.
Não escrevo nem sei o que escrevo.

Não me atrevo
A te deixar ficar
Nem a não querer que vás.

Os teus pés são de cabra,
O teu riso é fugaz.
Tens droga na ponta da língua.

Saltas-me à boca
Sem eu querer que me sejas saliva,
Forças-me os dedos,
Drogas-me e esperas que viva.

Não me vicias.

Fascina-me a tua antiguidade,
As cicatrizes da tua hipocrisia.
Admito, gosto da tua droga
Mas não me vicia.

Rebola,
Enrola e
Acalca.

Não há maneiras de emendar
Uma mente que deseja não ser mente,
Um corpo que nâo quer ter corpo
Ou uma ideia que adora ser só uma ideia.

Corre-te na veia.

A frustração,
A utopia,
A inconsciência,
A droga que vicia.

Não te quero,
Nem te desejo, confesso;
Mas corre-me agora na artéria
A ideia que só quer ser ideia.

Já rebolada,
Já enrolada,
Já fumada.

Obrigada.

Lau'Ra
 
Autor
Lau'Ra
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1027
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
20 pontos
2
1
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/09/2014 03:38  Atualizado: 03/09/2014 03:38
 Re: Vício
kkkkk

esse Luso é melhor que qualquer comédia