O que foi feito das várias roupas que usei?
Das vidas que tive de viver, sem ser a minha?
O que foi feito deste tempo de inclinação?
Enquanto vivia outras vidas, a minha era subtraída.
Deixada de lado na imensidão do vazio.
Um tempo de solidão misturado ao suor do corpo.
Mãos calejadas, marcas deixadas pelo tempo sobre a tez.
Vigor perdido.
Que nunca mais será o mesmo.
Porque o tempo que passa não volta.
Mas, contudo pode deflagrar.
Passos amarrados, vida destruída.
Em nome do amor que cega
Afeto que por distração não vi acabar.
Que camuflou sentimentos.
Cortina de fumaça... Escuridão.
Que encobria à aparição,
da estrada minguada aos meus pés.
Da luta entre o claro e o escuro.
Da verdade e da mentira.
Foi tudo que restou.
Deste amor.
Ingratidão.