O poeta é sim um actor,
É personagem principal
Sempre que ao espelho se olha
Em contraceno consigo próprio.
Faz da vida o palco…
Das lágrimas da plateia,
As suas lágrimas.
Dos risos dos seus verbos
As suas próprias sombras.
Dos cruzamentos…
Ao infinito dos oceanos,
Dos ruídos ensurdecedores
Aos silêncios de si mesmo,
Os aplausos por vezes castrados
De um íntimo sonhador.
O poeta, é sim, um inventor,
Inventa-se a si próprio…
Em todas as primaveras.
Rega a flor mais murcha,
Com palavras húmidas,
Com o orvalho da sua boca,
E fá-las florir até no deserto.
O poeta...o infinito de si próprio!
Maria dos Maria Santos Alves