Poemas : 

Noturno

 
Lá fora há cobras, lagartos,
Homens e abutres.
Há Neros ateando fogo
Nas Romas despercebidas.
Eu, cá do meu chuveiro,
Aspiro a brisa leve da noite,
Que me chega pelo basculante
Desse quarto de banho.
Daqui maquino um poema bruto
De arestas rijas e cortantes.
Degluto esse sumo amargo
Como fosse seiva doce.
Só o que me salva
É saber que daqui a minutos
Meu corpo enxuto
Estará sob os lençóis macios
Adormecido (por ser justo?)
Em grata serenidade...
Apesar de tudo.


Frederico Salvo


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FredericoSalvo
 
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Enviado por Tópico
ângelaLugo
Publicado: 31/08/2014 04:45  Atualizado: 31/08/2014 04:45
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Mensagens: 14852
 Re: Noturno...FredericoSalvo
Olá caro poeta

Sensacional, fiquei aqui imaginando
todo o conteúdo do seu poema, adorei

Beijinhos

Enviado por Tópico
Volena
Publicado: 31/08/2014 09:01  Atualizado: 31/08/2014 09:01
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Mensagens: 12485
 Re: Noturno P/FredericoSalvo
Não há hora para a poesia mas o momento! Sono justo depois de imaginar toda a motivação
deste conciso e bonito poema, gostei muito. Vólena