Poemas : 

O sábio que não sabia que era sábio

 
Eu sempre me pautei pela descrição
E nunca quis “enfiar” a colher onde não sou chamado.
Mas, confesso abertamente que fiquei ruborizado
E atônito no dia de hoje.
Quando um nobre colega publicou
“O sábio com um milhão de poesias”
E foi abertamente criticado sobre adjetivos no poema.
Vá às favas com adjetivos
Com métricas e outras exigências poéticas.
Cansei de ver obras “raras” empoeiradas nas prateleiras
Da biblioteca a espera de um leitor sequer
Para ler textos que ninguém consegue entender.
Enquanto isso, o poeta lá do mato
Escreve na simplicidade de suas palavras,
Falando coisas do coração
E centenas de crianças estão ouvindo-o declamar seus versos
Com os olhos atentos na leitura.
E viajam na beleza de versos simples
Mas que falam de sentimentos comuns aos mortais.
Quisera eu ter o dom de escrever hieróglifos
Poemas de rara maestria.
Não consigo.
Eu sou simples.
Falo coisas que está no meu coração.
Entendo coisas assim.
Respeito quem pensa diferente
Mas quero que leiam meus poemas
E vejam a simplicidade do meu olhar e do meu sentimento.
Foi por isso que sai das aulas de “como fazer um poema correto”
Na faculdade.
Não quero fazer um poema correto,
Quero fazer um poema do meu coração
E meu coração não é correto.
Por isso gosto dos poemas escritos com o coração
E não com o rigor das letras.
As muitas letras fazem delirar.
Quanto aos críticos de plantão,
Àqueles que sabem como elaborar um poema “perfeito”
Prefiro que nem percam seu tempo lendo os meus poemas.
Já sabem o que vão encontrar.

Quanto a este poema aqui:
Sei lá, considere como poema se quiser,
Para mim é apenas um desabafo.
Quanto à resposta do meu amigo:
Sua humildade precede a sua honra.
Você é o sábio que não sabia que era sábio.

Poema: Odair

 
Autor
Odairjsilva
 
Texto
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/08/2014 03:36  Atualizado: 30/08/2014 03:36
 Re: O sábio que não sabia que era sábio
não acho que a crítica deva ser engajada à forma de um ato nocivo, em ponto de haver inscrições de sua não -aceitação, como foi/é o propósito deste seu texto. é um ato de opinião, simples. dado a partir de uma leitura qualquer, sobre um texto qualquer, à uma visão qualquer.. o autor deve aprender a separar de si, a deficiência que outros envergam a ele, como criador do ato geral(poema/texto, etc). a crítica, por exemplo, não é somente válida, quando ao sistema de ajuda ou à dita "crítica construtiva." é cabível observar várias linhas de direção à análise de quem quer que a faça. não obstante à sua própria condução, a crítica deve ser um embasamento daquilo que nos pode abrir como a um outro caminho. e nunca deve ser assimilada ao autor, porquê dele é apenas, a sua obra. esta é quem está no púlpito.. à palmatória, rs

então, odair, se você começar a perceber de uma maneira geral e imparcial, toda a forma de crítica que existe em qualquer comentário, seja este bom ou mau, você poderá ver os seus poemas de uma outra forma e poder criar outros mais de acordo com o que vai absorvendo da análise de cada um. mas, daí a agir como um centro de oposição ferrenha e também elegendo-se à cavidade menor de quem o menos indica, a regressão é somente o início. e não haverá o aprendizado, a forma diferente de visualizar as coisas que você cria, muito menos uma outra curvatura que não a mesma que você quer trazer. e, sempre!
deve-se separar o autor da sua obra e também, aliás, principalmente, da visão de terceiros sobre si mesmo. quando dizem que não é bom. é ao texto! por exemplo, ao seguinte, e as coisas mudam.. 2 + 2.
a isto, chama-se aceitar a crítica.
a isto, chama-se: interação literária.
e não esses joguetes de comentários falsos com intuito escuso de troca ou mesmo complacência mútua.


e não há poemas perfeitos.
e sim, os autores que os fazem ser.



Enviado por Tópico
Keithrichards
Publicado: 30/08/2014 03:49  Atualizado: 30/08/2014 03:49
Membro de honra
Usuário desde: 17/03/2014
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Mensagens: 2713
 Re: O sábio que não sabia que era sábio
Eu também admiro a escrita feita com o coração amigo!
Por isso gosto sempre de ler seus poemas, expressam seus mais profundos sentimentos pela escrita do coração, me identifico com isso.

Quanto a parte que me toca,fico feliz pela sua atitude,mostrou seu caráter e seu lado amigo,muito obrigado!

E gostei muito do seu desabafo aqui postado
Falou correto e falou tudo meu amigo parabéns!

Um abraço!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/08/2014 18:35  Atualizado: 30/08/2014 18:37
 Re: O sábio que não sabia que era sábio
repetiu...

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/08/2014 18:35  Atualizado: 30/08/2014 18:37
 Re: O sábio que não sabia que era sábio
todo o poema tem valor, do mais simples ao mais complexo. e como os gostos e as compreensões diferem uns dos outros, então é à escolha do leitor! um abraço, Odair.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/08/2014 19:18  Atualizado: 30/08/2014 19:18
 Re: O sábio que não sabia que era sábio
Eu por acaso quando escrevo/leio não me preocupo com métricas nas mais diversas modalidades de poemas, pois nos sentimentos não existem métricas também e se existissem, nada melhor do que este exemplo:

"O poeta é um fingidor
finge tão completamente
que chega a fingir que é dor
a dor que deveras sente"

Uma reflexão modesta sincera e original.

bj