Lua, meu lindo satélite que no céu flutua,
os raios difusos distribuem tanta prata.
Selene encantadora, às vezes linda e nua,
iluminando as ondas, prateando a mata.
Lua, lua minha, admirada pelos gitanos
bem como Lorca descreveu no Romanceiro.
Inspiração dos poetas em versos soberanos,
vela solene a ermida de Inês no mosteiro
Lua que cheia parece um queijo no céu,
já de mansinho aguçando minha fome;
de bom grado como a lua sem labéu,
para aplacar a lezeira que me consome.
Talvez sem o luar ficasse triste a rua
de vez cessaria tanto brilhar noturno;
mas com esta fome até comeria a lua
também bem apetecia devorar Saturno.