António Casado__________ 16 Dezembro 2008
Publicado__________ Clamor do Vento
Registado __________ Depósito legal 306321/10
Editora__________ WorldArtFriend
Trabalho__________
APENAS A VERDADE
-
Sou aquele
Que se entrega ao amor de braços abertos
Que por cada beijo deseja outro
Que parte para a aventura da carne
Com a alma faminta de carícias
Que absorve todos os sentimentos
Colhe todas as sensações
Enreda-se na sensualidade
De todos os ternos toques
Delira com todos os lábios
Que num beijo mordem os seus
Suspira com o calor da pele
De todos os amantes
Que lhe sussurram ao ouvido
Gemidos loucos e sem sentido
Quando as bocas segredam
Qualquer coisa como “gosto de ti”
Quando os sentidos o elevam
Ao cúmulo da sedução
No amasso da carne excitada
No frenesim do sexo
Quando a ansiedade delira
Numa loucura infinita
- Sou aquele que está vivo!
Sou aquele
Que depois de saciado o desejo do amante
É fácil deixar entregue
Ao desígnio do nada
Sem uma palavra
Um carinho
Abandonado na cama
À procura do corpo que partiu
Que inventa o mistério
De ser possuído
Numa palavra sem limites
Enrolado num lençol
À mercê do frio
Ainda excitado
Alucinado
Ardente
- Contudo, já sem estrada!
Sou aquele
A quem é fácil virar costas
Com um “até depois”
Deixando como gratidão um sorriso
Como esperança uma promessa
Que resume a desolação
Na ausência dum beijo
Na empoeirada acha
Da lareira do desejo
Simplesmente
Aquele que possuiu ou foi possuído
Porque a solidão se perdeu no tempo
Que acreditou ser paixão
Os escassos momentos de sexo vadio
Vazio e frio
Que acreditou que o prazer
Que a imaginação lhe concedeu
Fê-lo sentir no parceiro
Com a mesma intensidade
Com que o viveu
Na sua inútil realidade
Sou
O recurso fácil
Que retira da solidão
Os que precisam de paixão!
Nada têm para oferecer…
Quem se importa comigo?
Voltam… Voltam sempre
Ao meu encontro
Com a certeza de mais uma vez
Colherem da minha floreira desbotada
Loucos momentos de prazer
E mais nada…