Amanheceu pra mim...
Amanheceu pra fazer-me seguir!...
Sim, eu seguia durante a noite e também no sereno da madrugada.
Mas nunca nesses últimos dias, assimilei a dor que acompanhava a caminhada.
Os últimos dias que passaram como quem ouve o som do temporal, que ecoa lá fora enquanto está seco aqui dentro, que é natural quando começa, mas que se torna chumbo e cinza na alma de quem espera passar, sem que ao menos se torne garoa...
Ah, entoa...
Ah, entoa!...
Pois vejo que a luz de um dia que pode surgir, parece refletir no orvalho do Santo Espírito, que hora está ali e hora está aqui, bem ali dentro de mim.
Mas hoje amanheceu...
E me lembro de quando entardeceu, mas no momento em que escureceu não me recordo, porque veio acompanhado de tantos sentimentos retrógrados, que nem mesmo notei o modo como me deitei.
E hoje amanheceu...
Para me trazer o que se perdeu quando deixei cair no breu... Certo de que em meio a escuridão encontraria, ainda que sentia que em algum lugar, perto ou longe estaria!
Agora amanheceu...
Trouxe-me a esperança, que se agarra em minha alma e não se cansa, de me dizer que é ela quem manda quando o amor é remédio pra dor trazida pela ânsia.
Por isso amanheceu...
Pra eu dizer que o Mundo não morreu, que eu estou vivo dentro dele e o caminho é meu, desde que não se esqueça de que quem me criou foi Deus, Senhor da graça e do amor próprio que sou eu.
Antonio de J. Flores