Meu pálido sentir, intenso,
agonia desleal, que vem,
principio, sem fim e sem começo,
crescer desolador, intimo desdém!
Fera ferida enjaulada,
paixão que não tem fim,
solidão eterna, acorrentada,
a um passado de onde vim ...
Soltem-me as amarras,
que entre grades, minh'Alma,
de raspar, gastou as garras ...
Então, por Amor perdi a Vida,
que quem amei nunca me amou,
tornei-me então num suicida!
Ricardo Louro
em Évora
Ricardo Maria Louro