António Casado__________ 05 Junho 2004
Publicado__________ Clamor do Vento
Registado __________ Depósito legal 306321/10
Editora__________ WorldArtFriend
Trabalho__________
SILÊNCIO DECADENTE
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O silêncio
Cúpula
Na copa mansa das árvores
Alheio à impotência dos gemidos
Um trapo de solidão e tristeza
Veste-se em nós
Nos píncaros do medo
A convicção da inalterável imortalidade
Do tempo
Realça nas rugas plebeias
Recalcados desejos
De liberdade
Onde encontrar nesta guerra
Um limbo de serenidade?
Pelos dedos torturados de presságios
Evadem-se secretos beijos
Rubras paixões
Cânticos suicidados
Emoções
Impregnados de liberdade
Imunizam
Do silêncio
A verdade
Delira o chicote da insanidade
Trespassando de tremores e vícios frívolos
A carne rasgada dos homens
Livres
Que rabiscaram nos muros estagnados
Lágrimas feridas
Fúnebres martírios
Mensagens de um presente
Permanente
Que aos poucos expira
Entorna-se o caldo da espera!
O fanático delírio investe
A soldo do silêncio
Contra os espoliados
Do pão
O ano inteiro
Um altifalante de jarros
Papoilas e nenúfares
Acalenta as ilusões
Possíveis
Impávido e distante
Mergulhado no ácido da luxúria
Sentado num trono de urtigas
Copulando nas árvores
Inventando liberdades agrilhoadas
O silêncio
Ainda teima impor
Mercenárias frustrações
Às cordas vocais
Desta gente
Livre…
Todo o silêncio
É decadente!