Só tu me fazes exprimir com agrado
Uma pequena contracção do músculo facial,
Um sorrir de leve consensial
Incongruente ao meu fado...
Fado não! Perspectiva privada
De outros possíveis campos de visão,
Palavras surdas sem entoação
Projectadas numa mente aluada!
Só tu me vês mesmo quando não me quero ver,
Me ofereces a tua mão firme e persuadida
E me arrancas da mediocridade!
Aceitas, sem entender, este jeito estranho de ser
E tentas atenuar esta melancolia desmedida
Irracionalmente acrescida de leviandade...
E dói saber que te iludes e me tentas iludir,
Que sentes o que não sou apta de sentir,
Que não desistes mesmo quando te alego a desistir...
E estás quando não estás, quando não estou,
Quando me nego a deixar ir o que passou,
Sem exigir nada, sem retorquir o que sou!