prometi amar-te, assim por inteiro, cada centímetro teu que trazes debaixo da roupa, sem me importar se já foste santa ou puta, comprometendo-me a escutar o que dizias, real ou imaginário. prometi amar-te, lúcido ou demente, apesar das coisas pequenas e insanas, grandiosas ou medíocres, ordinárias, desprezíveis, desnecessárias ou imprescindíveis que preenchem os teus calendários, ocupam a tua agenda e que me roubam o sono. prometi amar-te, nas tuas insignificâncias e coisas tolas que transformas em holocaustos, vendo a forma como te movimentas, o teu piscar de olhos quando mentes, de acordo com os teus ardis, os teus artifícios. prometi amar-te em cada segundo que nos é subtraído e apesar da constatação de tuas trapaças, apesar dos nossos fracassos. foi só quando desisti de ti que pude cumprir a minha promessa.