A minha vida já se esvaindo feito a sola do meu sapato
O caminhar, às vezes desviando de pedras no caminho
Outras, vai aos tropeços, vai cambaleante rumo ao fato
A estrada nem sempre é propícia, ela encontra o espinho
Quanta jornada já percorrida, retém os passos na mente
A poeira sobre seu couro esconde seu brilho, esta opaca
O cadarço, nó cego feito , não desata, tentou inutilmente
Pessoas rastejante aos seus pés, ah! traiçoeira jararaca
As tachas se soltando, corroem as peanhas não rígidas
Fracas, esgarçada, seu fedor sai de dentro, bodum ao ar
Ao longe foi ficando sua juventude, grisalho são colígidas
O horizonte aquém, o salto consumido de tanto pisotear
Quanta saudade sente, ao observar as pegadas no chão
Como rugas estampadas na face, estradas sem destino
As valas já profundas, não esconde hoje, a triste solidão
Espelho traiçoeiro, mostra velho, o que ontem foi menino
O retroceder não existe, realidade esta a frente, o eterno
Os passos já estão contados, apoiado segue com cajado
Solado esmerado, rompeu-se furos, lá em baixo o inferno
Talvez o céu, fausto lugar à vida, é sagrado, e abençoado
Geremias
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