Tens no olhar que se perde em musas
O cair virgem das águas nascentes
E nas falas trémulas o véu semidespido.
Tens nesse olhar que me ofusca…
a dor que trespassa a pele em espinhos
e o eco do teu corpo que o mar geme.
Tens nesse olhar a doçura de um verde prado,
A loucura do meu corpo azul celeste…
Que sobre a frescura da tua pele se deleita.
Tens nesse olhar a minha espuma branca
Quando em ti repousa o meu cansaço
E ao longe um mastro sem velas.
Tens nesse olhar o cair da noite…
Quando em mim visto a capa negra,
E das tuas curvas faço ruas de odor silvestre.
Tens nesse olhar a minha boca ávida,
Libando de ti a paixão e a minha chama,
o meu sangue, as tuas pétalas de rosa.
©Maria dos Santos Alves, a publicar