Fui rio impetuoso, correndo pelo leito da inquietude,
fui luar sereno em noites de doce saudade,
fui sol da paixão, em instantes de amor,
fui vulcão de onde brotou magma de prazeres,
fui escudo onde explodiram palavras agressivas,
fui conselheiro de almas tristes pelo desalento,
fui réu em causas desconhecidas por mim,
fui acusado, sem nunca me poder defender,
fui invejado por quem se sente frustrado,
fui sonhador e voei pelos céus do meu querer,
fui chamado de arrogante, por quem não lê a alma,
fui ignorado por quem se diz meu amigo,
fui acarinhado, por quem eu jamais imaginaria,
fui bajulado, "idolatrado" e preterido por despeito,
fui tudo isso e muito mais, que agora não me ocorre!
Sou eu mesmo, hoje, sem vernizes, nem cores hipocritas,
sou homem com percurso de vida digno,
sou frontal nas minhas atitudes e digo o que penso,
sou teimoso quando tenho razão e não desisto,
sou a revolta contra a injustiça,
sou intolerante à mentira e à falsidade,
sou uma alma que valoriza a verdadeira amizade,
sou amigo sincero e fiel do meu amigo,
sou uma criatura que jamais trai a amizade,
sou hoje um rio caudaloso, que corre sereno de braços abertos para o mar do meu futuro,
sou a acalmia do mar onde navego os meus anseios
sou o homem que procriou, a árvore plantada e o livro realidade,
Sou simplelsmente eu, com virtudes e defeitos, mas isento de falsidade.
José Carlos Moutinho