Prosas Poéticas : 

Outono

 
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Desalinhada, cai a folha amarela
prisioneira da gravidade
ciranda no vento
espremido no calor
de um dia cego de sonho
apertado no sumo da ventania
presa no amarelo poeirento das formas.
O Outono encerra-se na flor
de uma mão convulsa
inventada na embriaguez de uma jarra
cavada na sombra da janela
e na disciplina da rotação da terra
sangrada em glóbulos
agonizados no bafo da garganta
bordada de espadas e sinos.
Nós de rosário de deuses avessos
tecem raios e rosas surdos
cegando os dedos sobre as têmporas.
Cedo a inquietude das nuvens coroa o Inverno
e o enxofre implode os corpos
moribundos descidos à terra
acompanhados das cinzas de Outono.
Maria Giesta (pseudónimo de atizviegas68)


Zita Viegas















 
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atizviegas68
 
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