Eram, os teus agigantados olhos,
Dois rios transparentes e argentinos
Repletos de meandros perigosos!...
Eram dois regatos suaves e azulinos...
Desaguavam em uma linda lagoa
Que se formava no céu da tua boca
De estranha e escarlate coloração.
Eram teus seios duas cordilheiras
Que serviam de tênues fronteiras
Entre o teu e o meu coração.
Eram fontes insaciáveis de libidos
Mais do que Amazonas ou Nilos,
Mais que Ganges em purificação.
Nos planaltos perenes do teu ventre
Entre as penugens veludosas e planícies
Vadiava minha maldosa serpente
Sem sons indianos ou de sinos tristes.
No monte de Vênus, entre as virilhas,
Perdi-me na selva de relva escura
De uma semi-deusa deliciosa e nua
Deliciando-me em tais topografias.
Nos hemisférios,entre as nádegas,
Ou seja, recanto de paz e descanso,
Delícias gigantes, Niágaras,
Regatos de líquidos mansos;
Ali próximo há cavernas quentes
Com sabores de licores proibidos
Exalando eflúvios por ambientes
Despertando os desejos reprimidos.
É um céu de estrelas roxas;
Um roçar gostoso de coxas
Num delirante e eterno brincar!
É um poço de danaides de delicias
Um rio de substâncias melífluas
Ou seria apenas mais um mar?
Era uma figura formosa e feminina
A mais maravilhosa e perfeita geografia
Que viram meus olhos de Gyl...Mar!
Gyl Ferrys