Eu queria ser a Paz d'um cemitério.
Silêncio ambivalente a Céu aberto
que fulmina zangas, desidério,
de quem no corpo mal-se-sente!
Ai da morte, Paz, Renovação,
ai da Vida, tristeza e lamento!
Ai de mim, meu pobre Coração,
perdido em versos sem alento...
Já não estou preso a ninguém,
até meus sonhos senti falsos,
ao sonha-los, envolvidos em desdém ...
Irei daqui a parte incerta
que é mais certa que os abraços
que me dão os meus Poetas!
Ricardo Louro
em Monsaraz
Ricardo Maria Louro