Quedo em sono profundo
Percorre o céu um raio de luz
Num segundo rodeia o mundo
Repouso em mornas areias azuis.
Lá longe vejo vindo um veleiro
As vagas num vai-e-vem sem fim
Sinto uma felicidade dentro de mim
Quando o vento balança os coqueiros.
A brisa marítima arrefece meu corpo
Sussurros longínquos detrás dos montes
Gansos mansos vão cortando o horizonte
Enquanto o sol vai apagando o seu fogo.
Eu o mundo erámos um só naquele instante
Parecia que me beijava a própria Natureza
Do outro lado foi repousar a ardente estrela
No firmamento outras pareciam mil diamantes.
Sossegado comigo vou contando uma por uma
Até que, cansado, eu vou perdendo minha conta
Sorrio de mim mesmo, do sossego, em suma:
Durmo esta noite tranquila de ponta a ponta.
Gyl Ferrys