Búzios na barra azul da areia
guardam música do céu em silêncio,
escutam a maresia que espreita
o quarteto das estações
no intimo pedaço de fundo.
A onda embalada pela nuvem auroreal chumbo,
venda o raio dourado do astro
espelhado no chá bebido na penumbra
da sala azul floral, prenhe de umbrais
vigilantes de névoas e de rugas acesas.
Comigo o deserto nas mãos
pousa devagar nos joelhos e
em olhar azul avisto a barca das magnólias
trazendo perfume de memórias,
lugar onde o coração se esconde
como flores em solitude.
Segreda o Verão o sossego da infância
traçando cor na harpa do rosto,
entrevendo céu e terra em simultâneo, coração poente, em emotivo abraço,
busca o lusco-fusco no ladrilho dos dias
enquanto as gaivotas anunciam na noite índigo poesia.
Zita Viegas