…Que tanto contrarías a minha vontade,
e teimas em trocar o meu caminho,
se eu nem te conheço?
Diz-me destino, o que pretendes de mim,
que força tens tu
para te intrometeres na minha vida?
Serás conjectura ou realidade
serás utopia ou coisa nenhuma…
Penso-te núvem, mar, sol
Talvez luar, crepúsculo ou alvorada
Creio-te tudo e nada!
Gostava que tivesses coragem
Para te abrires comigo
E com toda a franqueza
Dizeres-me das tuas intenções!
Mas sinceramente, destino,
creio que não passas de uma invenção
para nos desculparmos das falhas
que nos Outonos das nossas vivências
se fazem brumas de contrariedades!
De uma vez por todas, mostra teu rosto,
fala comigo, conta-me de ti,
o que pensas do mundo
e das gentes que o povoam…
Se o fizeres, destino,
(assim de amigo para amigo)
prometo-te que serei silêncio,
da minha boca, não voarão as palavras
que te acusem dos azares do universo!
Mas… confesso-te, destino,
ainda tenho dúvidas da tua força
para trocares o nosso Destino.
José Carlos Moutinho