Ternamente vem, docemente …
Mar oculto, num sonho que esvoaça,
bem se vê, mais se pressente,
mar-de-magoas qu’inebria quando passa!
Vem, desconhecido, entre a gente,
deixando a esperança fria que nos enlaça,
intenso, prende a Alma, eternamente,
ao mistério da saudade e da desgraça!
Na sua voz um cântico de prece,
que, em Sines, paira e resplandece,
no infinito Sol do seu caminho …
São lágrimas sentidas, quentes d’amargura,
derramadas por mulheres, tristes viúvas,
que sepultam seus esposos com carinho …
Ricardo Louro
Em Sines
Ricardo Maria Louro