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não tirem o vento às gaivotas - sampaio rego sou eu
também se faz luto em vida – mergulhado em chuva e papéis projeto o futuro – peso-me – é fundamental escrever o que não sei explicar. a margem de erro é uma glosa de compreensão – quem lê procura conhecimento ou prazer – não sou conhecimento e muito menos prazer. sou amargura. desgosto. maçada. tristeza. erro. nada mais de que erro – transcrevo para o papel uma adição antes de o ser. premonição – só assim poderei dar-me ao respeito. adivinhando-me – somo-me então a um resultado imprevisível numa balança aferida a olhos visionários. magoados também – ninguém pode garantir o incerto. sempre ouvi dizer que o futuro a deus pertence – se eu tivesse um deus a alma não temia. não gemia. não sofria – o contrapeso é a alma perdoada de todo o erro venial – onde há balança há peso – todos temos um peso não almejado. mortal – o descanso eterno acontece após a missa de sétimo dia – o peso é agora memória atravancada entre duas datas: aqui descansa [finamente] o pecaminoso sicrano. nascido a tantos do tanto de mil novecentos e tantos e faleceu a tantos do tanto de dois mil e tantos – que a sua alma descanse em paz
* parce sepultis – enterrado. perdoado