onde demos asas às nossas vozes
e o tecto tão baixo que elas
nos sabiam a gritos
nós se aflitos, o fumo do teu cigarro
a queimar-te a garganta e a secar
a contínua vontade de gritar
por muito que me digas que eu não
que de certeza que não, uma pedra talvez
onde deveria ter o coração
e eu quando tenho certezas estultas
que já não me amas porque não dizes
que gostas de mim e somos felizes
é fácil culpar a minha voz sem regras
os nossos feitios que parecidos, não rimam
para quê, amor, se já não são nossas as bocas
que agora se aproximam
José Correia