Poemas : 

Demiurgo

 
Demiurgo

Ainda que tente,
resulta sempre disforme
o mundo que tento reconstruir
com a argila que me restou.

Sou inábil demiurgo
e nem versos construo mais,
pois toda beleza
abandonou o mar da Enseada
e nem a estrada de Minas se faz caminho.

Quedo mudo, cego e surdo.
As fanfarras militares
roubaram-me a música, a voz e a cor.
Tu se foi, companheira,
em morte e cova de sete palmos.
Aqui fiquei, em cova morte menor.
Só do tamanho do peito.


Para Bete. Saudades.

Produção e divulgação de Pri Guilhen, lettré, l´art et la culture, assessoria de Imprensa e de Relações com o Público. Rio de Janeiro, inverno de 2014


Sentir-me-ei honrado com a sua visita em minhas páginas, nos links abaixo:

www.fabiorenatovillela.com

Blog - Versos Reversos

 
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FabioVillela
 
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Enviado por Tópico
VCruz
Publicado: 03/08/2014 16:23  Atualizado: 03/08/2014 16:23
Colaborador
Usuário desde: 08/06/2011
Localidade:
Mensagens: 678
 Re: Demiurgo
Que lindo Fábio! Fazer poesia pelo meu olhar é isso, ser belo mesmo sendo triste...também uma vez escrevi um Demiurgo, que é claro não chega nem aos pés dos teu, mas vou deixar aqui no cantinho da página para ti como presente dominical:

Rocei sobre a trama
A fotografia da tua caligrafia
Ordinários traços de liberdade

Tenho apenas uma pena
Tingi de vermelho
O papel em branco que me ofereceu

(em 01/05/2011)

Bjão
V.

Enviado por Tópico
Srimilton
Publicado: 03/08/2014 16:35  Atualizado: 03/08/2014 16:35
Membro de honra
Usuário desde: 15/02/2013
Localidade: Nenhuma
Mensagens: 1830
 Re: Demiurgo
Belo e triste, mas principalmente belo!


Abraços