Cada um tem a Sina que tem,
horas mansas, horas frias, obtusas,
horas tristes de vaidade, loucas de desdém,
chorando a vida sem esperanças nem ternuras!
Culpas densas d’olhar turvo e de fel,
como frigida promessa, sem vida nem estio,
a cantar na voz do fado, ante um séptico cruel,
de todo o sentimento, longe e vazio …
E tudo é silêncio. Tudo é calma …
Lenta e branda como a Lua-cheia
é atributo que lhe falta no intimo da Alma …
É saudade do que foi. Alivio e dor …
Que a memória de não ter aquilo que se ama
fecha a Vida em “botão” como tímida flor!
Ricardo Louro
Em Évora
Ricardo Maria Louro