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Documento novo.
Arquivo novo.
De novo um poema
sobre o ovo.
Enganei um bobo
na casca do ovo.
O bobo era eu
e o ovo também.
Vários ovários.
Óvulos.
Eu tenho ovo
e não sou galinha.
A galinha sem cabeça
da Clarice
tem um ovo negro.
Ovo é porra de galo.
Pré-pintos
abortados
na frigideira
com manteiga.
O ovo é um olho.
Zóião.
O ovo é óbvio.
Um vê entre ós
a casca do ovo de nós.
O universo na casca do ovo.
Frágil.
Gema mole,
gema dura.
Claras em neve
da assadura
de cloaca
da mãe-coisa
dando luz ao outro
ovo.
Documento novo.
Arquivo novo.
De novo um poema
sobre o ovo.
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