De: Mim
Para: Ninguém
De Mim para Ninguém
vai esta carta minha
versejada de tristeza…
Palavas frias e dementes sem
vida nem alento!
Esperança doce qu’inda tinha
um pouco d’alegria , única certeza,
desfeita pela Vida, levada pelo vento …
Vai de Mim para Alguém,
triste, pobre venturança
que de minh’Alma se perdeu!
E afinal quem a tem?
Alguém a encontrou?!
Procura-la não me cansa,
mas meu Ser arrefeceu
e meu corpo quebrou!
De Mim para Ninguém
ou d’Alguém para Mim
sem fim e sem começo …
Onde cheguem estes versos, a quem
leia esta carta, minh’Alma não vos mente.
Que d’agora até ao fim
farei dos versos o meu berço
num corpo de quem sente!!!
Ricardo Louro
Em Sines
Ricardo Maria Louro