Quanta vontade sinto de brincar
E relembrar meus tempos de garoto...
Quanta nostalgia me vem sem esforço
Apascentar as ovelhas que insistem em gritar
Dentro dum íntimo que chora ventos idos
Perante um mundo que me cerceia os sentidos!
Quanta vontade de voltar a ser menino
E desarrolhar de mim estas vestes caducas...
Quanta melancolia me envolve que é insulto
Diante dos cabelos grisalhos que me deu o destino
Perante uma vida que zomba de minha idade
E me faz sonhar com a alegria de minha mocidade!
Quanta vontade de correr debaixo da chuva
E saborear ao relento a mansidão das horas,
Deixar o corpo mergulhar nas lamas de outrora
E não permitir que os efeitos da visão turva
Seja da minha velhice chacotas de uma puberdade
Que abandonou em mim esta coisa chamada saudade!