Merendássemos o beijo como andorinhas de beiral. Fizéssemos ninho com fios de sol. Tivéssemos filhos de seda em casulos, bebêssemos orvalho por tisanas.
Plantássemos gerânios na boca de um lago, espreitássemos por canas a sede, disséssemos o que nos inquietava por rãs formadas em línguas.
Mandássemos vir exércitos em conchas de madrepérola, preenchêssemos os lugares com o cheiro que exalasse dos olhos da maresia
E nesse não sabermos que éramos felizes, tricotássemos um pulmão de nuvem no peito aberto que sobrasse de nós, e uma gaivota se encarregasse de levar para longe.
Depois morreríamos com o dia estendido a nossos pés, no pôr dos continentes, como ovos de tartaruga prestes a eclodir.