Aí a Máfia me achou,
um cadáver esverdeado, cabelos confundidos com o lodo,
a única coisa que me faz viver é a esperança da morte, eu dizia.
Sou dos mortos o que jamais viveu
o que teimou ao sofrer o aborto que viver é uma vingança
e vivendo sentiria a morte vazar nos poros.
E então resolví que seria assustador
e que o meu vocabulário um diário
de grosserias e insultos
e o meu batismo o afogamento
quando resistir se tornasse impossível
e o impossível foi sempre o meu ponto final só qu'eu nunca cheguei.
Sou o que decidiu que se o amor não é p'ra mim serei então meu
próprio amante e se o premio pela devassidão é o desprezo
que seja este minha aura. Não posso censurar aos que me
chocam pois eu mesmo tenho me tornado pavoroso. E
tenho como preferências as humilhações e o sofrimento
dos sexo pago com a alma.
Às suas costas eu ficarei sempre na frustração do olhar
e os teus passos ecoam dentro de mim com uma
eternidade de pés num beco molhado. Sinto que a claridade
me é proibida é um veneno que revela minhas feridas, a mim
foi decretada a escuridão p'ra que os sentidos explodam,
deles surgirão auroras alucinadas quando você surgir, auroras
tornadas sepulturas celestiais quando você sumir levando os sóis.
Sei que o mundo é uma sombra costurada entre carniças
e a incapacidade não é apenas um delírio apagado-Meu
a distância é um monumento ao impossível
o céu me deprime
Eu sou o imundo que atazana a população, nas ruas
a sujeira é meu disfarce
jamais ajudei alguém mas exijo ajuda de todos.
Irmão! Irmão! Irmão! Irmão! a religião é um suicídio
e o morto vaza o veneno pelo sexo como uma
menstruação andrógina liberando sentimentos.
Ô! égua de ouro das ancas de fogo
não acredite no que diz a religião ela é a traição
dos desgraçados, falsa mão estendida aos que estão se afogando
quando os salva-vidas dançam loucamente sobre a praia cheia de
covas carnavalescas como o julgamento dos fracos
[size=medium]Eriko y Alvym[/size]