não te chamarias de amor,
não seria a tua transparência
nem o reflexo do teu reflexo.
não entenderia os teus mandamentos,
não ficaria entre tu e o tempo nas noites e dias de deus.
não te chamarias jamais de meu.
não perderias nada de mim nos teus olhos e braços.
de mim terias apenas claridades e um pouco de terror
porque nada atravessa a minha densidade e plenitude,
nada arrasta as minhas luas das sombras.
de ti quero apenas o que
desconheço em mim e
que me faz desassossegada
quando tudo é bem maior do que sinto
e bem menor que o nada.
Karla Bardanza