É tão árduo tentar resistir
Á vontade de te ver
Á vontade de te despir
Tirando toda essa tua roupa
te beijando em tua nua boca
e de estrelas teu corpo o cobrir
E arde-me por dentro
Todo o meu desejo
todo o meu insano sentimento
E tento em vão não te tocar
Pois meus dedos são eles demasiado rudes
Para numa fina flor como tu pegar
Mas esses teus espinhos me magoam
Forma eles uma coroa de sangue que com ela meu coração agrilhoam
E num gesto meu bruto
Te sacudo e te chuto
E sinto agora eu nas minhas mãos fortes
Tuas frágeis pétalas quebradas
Serão elas agora uma vingança minha
Pelos meus poemas de verão
Nas mil e uma folhas da vida que por ti foram rasgadas
Rasgas-te sim
Todos os meus poemas que continham todo o meu louco amor sem fim
E agora que estou tão perto de ver teu final
Onde eu deveria actuar como um selvagem animal
Sou mais uma vez traído
Por esse teu encanto sou mais uma vez vencido
E te carrego ao peito
Bem perto desse meu coração por ti desfeito
E te beijo docemente
Tuas pétalas magoadas
Pois afinal teem elas como semente
Essas minhas poesias por ti rasgadas…