Vinda dos contrafortes do arco iris, a poeira cobriu de cinza as imagens sagradas, deixando na mesa véu liso e tapetes coloridos no piso. Não muito facilmente saiu de cada um dos pés as belezas escondidas na bainha da espada, Bem que usava capacete de aço. Não reflete na parede, nem são esquecidos, nem no fatídico dia em que morreu. Em repouso tudo agora, Ainda há pouco, nem uma folha se movia, nem ressoavam as cordas do alaúde na janela. Apenas uma parte do todo permaneceu como antes do desastre e assim seria para todo o sempre. Nada mais riria como antes, nem os vestidos poderiam ser estendidos na casa ou os casacos pendurados em cabides.
Podem até não acreditar e pode haver alguns que digam que há nas torres dos antigos mosteiros, esconderijos dos tantos arcanos ignotos e nunca escancarados aos párias que sequer uma só vez suaram para o regozijo diante de multidão de devotos. É bem assim. Suplicante voz é ouvida, implorantes comemorações, nenhum siso nem preceito rijo.
No mais, queria registrar que sempre achei estranho como as cortinas mentem quando desconhecidos perguntam sobre a origem do brocado, deslizando sobre todos na fresca brisa noturna. Ainda numa fresta fina da janela apareceu um raio de luar. E foi só o que se apresentou naquele momento.
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