Da varanda te observo vestir sua blusa azul.
Aquela mesma que na noite anterior
Despimos sem o menor pudor.
Por trás dos primeiros raios de luz da manhã,
Admiro suas costas longilíneas e sua pele suave
como que há implorar mais um beijo, um toque
o suficiente para incendiar meu desejo.
Sabemos que é uma despedida.
Seria a última?
O fato é que entre idas e vindas
sorrisos largos, sem medidas,
e brigas regadas a muita paixão,
teu jeito de menina mulher
como quando pede que te abrace forte
ainda alimenta o meu tesão.
Você vai sair por aquela porta
E um vazio nos perseguirá.
Sem cobranças, eu sei,
mas é inevitável, improvável,
não querer mergulhar no fundo dos teus olhos novamente,
enquanto nos aninhamos sob o edredom.
Resta refletir enquanto estamos sós
Guardar a ardente lembrança
E deixar a saudade trazer o amor que há em nós.
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