O tronco da árvore está seco,
As folhas murchas,
Os galhos despencados,
As raízes esfareladas...
Este é meu testemunho de rancor
Perante um mundo que comercializa amor
E torna a vida sem sentido...
Ainda bem que do ar sinto oxigênio
E posso respirar flores de inspiração...
O céu está cinzento e o espaço nublado
Desenha fortuitas imagens dizimadas
Pelos ventos enfermos de poluição
Que derramam sobre a terra
A acidez que maltrata o orvalho...
Dias e noites se consumam nas horas
E o tempo indiferente não faz terapia,
Nem agasalha a doença do universo...
Na atmosfera frívola e doente dos homens
A chuva é o sol que mata,
Desmata e enterra...
Em espessos nevoeiros de areias escuras
A fuligem deixa carcomidos os sobrenomes
Que teimam em dilapidar o ambiente
Já deserto nos pântanos da agonia...
Salve-se quem puder, não há antídoto,
Cambaleia-se pelos vales
E a última esperança
São as lágrimas dos inocentes
Que deixam no solo úmido
O húmus de novas perspectivas...