“ Nós apenas somos agora aquilo que nunca mais seremos”
Dois eternos amantes, numa só e estranha vida
Mas que nunca nos conheceremos
E isso para mim é puro amor por ti minha amiga
E como pode isso ser?
Amar-te tanto em vida mesmo depois de eu morrer?
E mesmo nesta fria distância
Nos prometemos um ao outro num hipotético matrimónio
Nessa minha velha ânsia de tu seres para sempre meu anjo
E eu por ti ter sido um vencido demónio
E eu corro e saio á tua procura
Procurando teus abraços, teu sorriso, tua ternura
Mas volto sempre com uma mão cheia de nada
E em meu triste coração
Guardo para sempre aquela louca ilusão
De te ver e te ter
Minha estranha e doce amada
E chego finalmente ao lugar de nosso encontro marcado
Dia 15 de Novembro debaixo desse velho carvalho
Que um dia também ele será cortado
E ando á volta dele mas sempre sem te ver
Respiro fundo desanimado e já com os meus olhos a tremer
Me sento no chão
Olhando para o Céu com amarga desilusão
E vejo velhas letras quase desfiguradas
Na casca desse carvalho á mão talhadas
Que me dizem, embora incrédulo, que foi você que o fez:
“EU ESTIVE AQUI, KRIPY, TE AMO PARA SEMPRE
15 DE NOVEMBRO,1943…