Braços que se cruzam entre taças de vinho,
Hora amena... o líquido tempera os lábios,
Mentalmente vislumbro amarelos alfarrábios
E me vejo trôpego... artisticamente sozinho...
Amplexo da poesia ao que parece efêmero,
A vida é infinita, mas a sedução se desgasta
E serei vilão duma existência ingênua e casta
Enquanto minha dor adormece no ibuprofeno...
No teor da bebida tenho de tear a palavra
E encaixotá-la lúgubre onde não existam larvas
Para que sua semântica não a transforme o tempo!
E numa lua em que o mel é a doce inspiração
O cio de escrever copula singular com a solidão
Tornando a embriaguez menopausa do sentimento!