O governo aparelha a polícia, compra viaturas, armas, mas a violência não diminui. Ao contrário, recrudesce. A criminalidade aumenta, a população vive assustada e com medo. Quem pode, reforça residências, contrata guardas, arma-se e mata. Quem não pode, sofre os efeitos de um verdadeiro “ tratado de convivência pacífica e não beligerância” com marginais. Mas a que preço ?
Levantamento dos órgãos de imprensa vem demonstrando que a violência vem atingindo áreas antes intocadas, como os campus universitários, um deles recentemente invadido e depredado em resposta discutível a uma violência praticada por guardas de segurança. Generalizando o fato, populares voltaram-se contra as instalações do local como se a instituição fosse responsável pelos atos insanos praticados por um de seus prepostos. Como resposta, ventilou-se que a universidade tencionaria desarmar seus agentes de segurança. Uma reação absurda! Oferecer a outra face nesta situação seria desastroso. À violência não se pode opor violência, mas jamais o principio da autoridade pode ser relegado. Direitos humanos preservados não significam desrespeito à Justiça e desobediência às leis. Respeito ao cidadão jamais pode significar condescendência.
Chama-se a atenção pois se vinga essa “ Lei de Talião canhestra, a cada ação violenta de grupos da sociedade vai corresponder uma reação em tolher um pouco mais a ação dos grupos que tem a obrigação de combater a marginalidade em qualquer de suas formas, seja a delinquência ou a criminalidade . Num futuro não muito distante também o policial poderá vir a ser refém daqueles cujas ações tem como dever limitar, numa inversão de valores que já se verifica quanto aos educadores e mesmos pais e responsáveis. Crianças e adolescentes ditam as normas, de início em seus lares, onde os responsáveis, ao invés de valerem-se da autoridade e ditarem os limites, desdobram-se para atender caprichos infantis, numa negociação equivocada com aqueles a quem tem o dever orientar. Após, continuam extrapolando limites na escola, onde os mestres sequer podem reprovar consagrando a educação, não como um dever, mas como uma penosa carga que o Estado deseja despejar a qualquer custo.
Limites devem existir e são fundamentais. Acostumados a ditarem suas próprias regras nos lares e nas escolas, distantes a cada vez mais da religião, passa essa legião de semi-ajustados a cada vez mais desrespeitar limites, restando para o controle o inevitável confronto com a polícia, que de modo algum pode ser condescendente na consecução de seus objetivos, como instrumento da perfeita ordem jurídica soberana e na finalidade de proteger e limitar.