Passamos tempo com memórias elas são tudo o que nos resta, Escrevemos várias histórias querendo limar cada aresta, E sincronizar a orquestra não é mais que pedir harmonia, Para que acabasse em festa a melodia que cada um ouvia, Dizias que amor não existia eu desenhei-o num guardanapo, Bela, eu nunca te adormecia agora vais dormir com o sapo, Fazê-lo inchar o seu papo e pô-lo num lugar que era meu, E vais fingir que esse trapo te vai amar mais do que eu, Se vai perder num beijo teu mas nunca vai encontrar-te como eu te encontrava no museu onde eras a única obra de arte, Numa única peça, encenar-te sem qualquer comentário, Tu eras Vénus, eu era Marte e hoje não existe planetário, Cansei de tornar real o cenário em que acabaremos casados, E desde que segui solitário vives como na foto: de olhos tapados.